Um Homem de Futuro

Para refletir…
O seminário é o espaço onde vão germinar os elementos constitutivos da visão de fé de Jean Gailhac. No estudo, nas atividades apostólicas e na oração, realiza a síntese entre a cultura, a fé e a vida, amadurece o seu amor a Deus e aos irmãos e clarifica a maneira de viver o futuro ministério sacerdotal. Antes de ser ordenado decide em traços largos como pretende preencher o tempo no futuro – “Toda a minha vida será consagrada a Deus. Todo o meu tempo será distribuído entre a oração, o cumprimento do dever e o estudo. Os momentos que não forem preenchidos por estas ocupações serão dedicados às boas obras“.
Uma caminhada na fé e no tempo, pág. 34
A educação da fé tinha um lugar primordial no internato das Meninas Vidal, não se limitando a certas práticas determinadas pelo regulamento. Os princípios da fé eram transmitidos com profundidade e de uma maneira existencial. À teoria procurava-se aliar a descoberta do amor de Deus e a vivência das virtudes para que, no futuro, as alunas vivessem segundo os valores cristãos. O Internato das Meninas Vidal era considerado, em Béziers, um espaço de educação integral.
Ibidem, pág. 74
Só depois da confirmação de D. Thibault o Padre Gailhac acolhe como verdadeira a vocação de Appollonie Cure. A partir deste momento, intensificam-se os preparativos para a fundação. O Padre Gailhac põe Appollonie em contato com Eulalie Vidal e Rosalie Gibbal para que se conheçam e organizem o estritamente necessário. A 15 de fevereiro, Appollonie Cure compra um terreno contíguo ao Bom Pastor com a finalidade de aumentar as instalações22.
Depois de tanto procurar, rezar e sofrer, o Padre Gailhac tinha o grupo adequado para criar o novo Instituto. A sua visão de fé ia ser partilhada por outras pessoas e transmitida de geração em geração, através de uma cadeia de fidelidade que permaneceria muito para além da sua morte.
Ibidem, pág. 66
… a largueza de visão do Padre Gailhac está claramente definida. As obras são apenas um meio para conduzir as pessoas ao amor de Deus. O Instituto é um espaço de libertação no plano humano-divino. Existe para salvar com Jesus Cristo, para ser vida para o mundo. Com a classificação oficial de congregação hospitaleira-educadora. está confirmado o fim do Instituto já consignado, desde 1850, nas Constituições: “o fim do Instituto do Sagrado Coração de Maria é dedicar-se a todas as obras que possam contribuir para a salvação das pessoas”.
Ibidem, pág. 174
A cidade do Porto também não parece a mais propícia. Meio anticlerical e maçônico, ali se aplicam com especial rigor, as leis contra as ordens religiosas.
Contudo, Gailhac sente que ali há uma grande necessidade de tornar Deus conhecido e amado. Por isso é para lá que envia as Irmãs. Para ele não há obstáculos, quando a causa de Deus está em jogo. A própria situação – até então inédita no Instituto – de as Irmãs colaborarem com leigos, não usarem vestuário religioso e não terem espaços reservados, será para elas, confia ele, enorme desafio, do qual resultará grande glória para Deus.
Uma Vida para Todos, pág. 115
Em setembro de 1872, a escola é transferida para uma outra casa alugada na Rua Coronel Pacheco. É uma casa grande, com jardins, um pequeno bosque e um pomar. A situação é esplêndida. Domina toda a cidade do Porto e, de quase todas as janelas, tem uma vista para o mar.
Entretanto o “Colégio Inglês” progride e é contado entre os melhores da cidade. Um inspetor, que o visita e entrevista as alunas, considera-o como sendo “o melhor da área”.
Assim bem consolidado como está, é possível fundar uma escola gratuita para crianças economicamente muito carenciadas. O Padre Gailhac, consultado sobre tal projeto, responde prontamente: “Autorizo-a de todo o coração”.
Ibidem, pág. 117
Proposta de oração
Jean Gailhac foi discernindo no coração o seu caminho, sempre com os olhos postos na realidade presente, mas essencialmente no futuro, numa busca incessante do projeto de Deus para si em função do outro, particularmente dos mais frágeis, aliando as suas imensas qualidades à capacidade de concretização.
Cântico:
Deus é amor: atreve-te a viver por amor. / Deus é amor: nada há a temer.
Leitura do Evangelho de S. Marcos (Mc 6, 2-3)
Quando chegou o sábado, [Jesus] começou a ensinar na sinagoga. Muitos, ao ouvirem-no, ficaram tão admirados que se perguntavam: «Donde lhe vem tudo isto? Que sabedoria é esta que lhe foi dada? Que milagres são estes que as suas mãos realizam?! Não é este o carpinteiro, filho de Maria[…]?
Diz-nos Jean Gailhac:
“Façamos o bem a exemplo de Jesus Cristo, quer dizer, façamo-lo com sabedoria, prudência e solidez.” (GS/17/VIII/78/A. Vol. I, p. 410.)
Cântico:
Deus é amor: atreve-te a viver por amor. / Deus é amor: nada há a temer.
Silêncio
Oremos:
Deus de todos os inícios
Tu nos conduzes
A viver o tempo com sabedoria
Dividindo-o em eras, etapas, estações e anos.
Está connosco, Senhor
Na luz deste dia inundado de sonho
Para abençoares
O conteúdo da nossa Esperança
Para nos implicarmos nos desejos
Tão generosamente formulados.
Santa Maria, tua filha
Nos acompanhe maternalmente
Neste itinerário
Para guardarmos no coração
A descoberta de cada dia, sempre acolhido
Como Dom da tua eterna Bondade.
D. Carlos Azevedo
Pai Nosso
