Boletim das RSCM na ONU | 136

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Na edição 136 do Boletim das RSCM nas Nações Unidas encontramos referência à Comissão sobre o Estatuto da Mulher. Realizada em formato híbrido este ano, a 67.ª Sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher trouxe pessoalmente à ONU cerca de 6.000 mulheres. O tema prioritário foi “Inovação e mudança tecnológica, e educação na era digital para alcançar a igualdade de género e o capacitação de todas as mulheres e meninas”.

Painéis informativos e oradores deram voz a experiências concretas de desigualdade de género em todo o mundo e a esforços criativos para a abordar. Grande energia e paixão pela justiça de género caracterizaram a maratona de eventos paralelos, sessões e eventos especiais onde muito boas práticas e iniciativas criativas foram partilhadas e relações desenvolvidas.

Conferência da ONU sobre a Água

Duas gerações após a última Conferência Mundial da Água da ONU, realizada em 1978, grandes expectativas rodearam a Conferência “Unindo o Mundo pela Água”, realizada na sede da ONU de 22 a 24 de março. Após três dias intensos, concluiu-se com a adoção de uma Agenda de Ação da Água sob a forma de um plano de ação, ainda por finalizar, com quase 700 compromissos voluntários para proteger “o bem comum global mais precioso da humanidade”. Foi dada ênfase à ação urgente e à partilha de iniciativas concretas que têm o potencial de ser ampliadas e replicadas com vista a enfrentar a crise global da água durante o resto da década da Ação da Água e alcançar o 6.º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável.

Ouvir o não ouvido – O direito humano à água e ao saneamento

Em 2010, a Assembleia Geral das Nações Unidas reconheceu formalmente o direito à água e ao saneamento como um direito humano básico. O trabalho realizado pelas ONGs ajudou a tê-lo como um dos poucos a ser explicitamente mencionados na Agenda 2030. Esse direito não pode ser realizado se tratarmos a água como uma mercadoria; privatizá-la e torná-la acessível apenas àqueles que têm os meios para a adquirir. Esta foi uma mensagem chave do Relator Especial da ONU sobre o Direito à Água e ao Saneamento, que falou em muitas sessões diferentes durante a Conferência da Água.

Pegada de água justa

A parceria “Fair Water Footprint” foi lançada no final da Conferência Climática COP 26, em Glasgow, em novembro de 2021. É uma parceria única de governos, empresas do setor privado e ONGs que trabalham em prol da segurança partilhada da água e ajudam a fornecer água e saneamento sustentáveis para todos até 2030. Os resultados de um estudo recente demonstram que 50% da pegada hídrica externa das economias de alto rendimento é insustentável, contribuindo para o esgotamento dos recursos hídricos, a degradação dos ecossistemas e contribuindo para a vulnerabilidade dos países em desenvolvimento a desastres e conflitos climáticos.

Desafio da Água Doce

Rios, lagos e zonas húmidas são fundamentais para enfrentar o agravamento das crises mundiais de água, clima e natureza. Um terço das zonas húmidas do mundo perdeu-se nos últimos 50 anos e a restauração de ecossistemas degradados é vital. A Zâmbia fez parte de uma coligação de 6 países que lançou o Desafio da Água Doce na Conferência das Nações Unidas sobre a Água, com o objetivo de restaurar 350 milhões de hectares de zonas húmidas até 2030 e uma extensão de 300.000 km de rios.

Resolução histórica

No dia 29 de março, a Assembleia Geral da ONU aprovou por consenso uma resolução que solicita um parecer consultivo do Tribunal Internacional de Justiça sobre a obrigação legal dos países, ao abrigo do direito internacional, de abordarem a questão das alterações climáticas. A resolução final foi o fruto de meses de consultas e negociações iniciadas pelo pequeno Estado insular de Vanuatu, a que se juntaram 17 outras nações vulneráveis ao clima. O Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, saudou calorosamente a “resolução histórica”, observando que esta “poderia ser um importante catalisador para a ação climática urgente, ambiciosa e equitativa que é necessária para parar o aquecimento global e para limitar e remediar os danos aos direitos humanos induzidos pelo clima”.

NOTÍCIAS DAS RSCM

* O Colégio Sagrado Coração de Maria, em Fátima, realizou a 3.ª edição do Sagrado MUN (Modelo das Nações Unidas) a 10 de março. Este ano, o Comité dos Direitos Humanos discutiu as condições de vida e o acolhimento dos refugiados e o acesso a uma educação de qualidade como sendo a chave para o desenvolvimento. Uma carta da Irmã Veronica Brand, representante da ONG RSCM na ONU, foi lida aos alunos durante a cerimónia de abertura. Os alunos representaram diferentes estados-membros, estabeleceram um clima de diálogo e cooperação, juntaram os seus esforços, e comprometeram-se a implementar ações transformadoras rumo a um futuro mais inclusivo, livre de discriminação.* A UNICEF é o Fundo das Nações Unidas para a Infância, a agência que responde às necessidades das crianças em situações de crise em todo o mundo.A UNICEF faz parcerias com grupos no terreno para responder às necessidades de emergência, promovendo a saúde, educação, proteção e respeito das crianças pelos seus direitos. Na sequência de uma generosa doação recente do Fundo de Solidariedade, as RSCM foram reconhecidas como um valioso parceiro baseado na fé e convidadas para um jantar especial inter-religioso, na sede da UNICEF em Nova Iorque, durante o mês do Ramadão. Representando as RSCM no evento, a Irmã Veronica teve o prazer de conhecer uma antiga aluna de Marymount School of New York que trabalha atualmente para a UNICEF.